//Trânsito de equídeos sem GTA é infração grave e pode levar a transmissão de zoonoses sem cura, alerta Idaron

Trânsito de equídeos sem GTA é infração grave e pode levar a transmissão de zoonoses sem cura, alerta Idaron

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Proprietários de equídeos devem evitar o trânsito de seus animais para locais cuja situação sanitária seja desconhecida.

O Governo do Estado, através da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia – Idaron, alerta para os riscos do trânsito de equídeos sem o devido controle sanitário, que é garantido pela emissão da Guia de Trânsito de Animais – GTA. A razão para esse controle se apoia no fato de que, no ato da emissão da GTA, exige-se a apresentação dos exames negativos de Anemia Infecciosa Equina e Mormo.

“O trânsito irregular de animais, além de ser infração grave, é a maior forma de transmissão de zoonoses infectocontagiosas, como o mormo, por exemplo”, destaca o coordenador estadual do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos, Fabiano Benitez Vendrame.

O alerta é reforçado em decorrência da recente confirmação de três casos de mormo em Rondônia, em propriedades distintas. “Há cinco anos não havia registro da ocorrência de mormo no estado, porém, nos últimos dois meses já foram registrados três casos da doença: um em Porto Velho e dois em Presidente Médici”, afirma Benitez.

O mormo é uma zoonose infectocontagiosa causada pela bactéria Burkholderia mallei que acomete equídeos (cavalos, burros e mulas) e pode ser transmitida eventualmente ao ser humano. “A doença pode ser transmitida a humanos pelo contato com animais infectados”, alerta o fiscal agropecuário.

TRANSMISSÃO

Para reforçar o alerta, Fabiano Benitez salienta que o principal fator de propagação da doença é o trânsito de animais sem exames de anemia e mormo, exigência que se faz durante a emissão da GTA, “principal ferramenta para o controle dessa zoonose”.

Para fins de trânsito dos equídeos, como forma de garantia da situação sanitária, a Idaron fiscaliza a execução de cerca de 10 mil exames laboratoriais por ano. “Sendo o resultado negativo, os cavalos, burros ou mulas são liberados para trânsito, por meio da GTA”, acentua.

A transmissão pode acontecer com o contato de animal para animal, no compartilhamento de bebedouros, comedouros e de forma aerógena.

CUIDADOS

Para mitigar riscos de contágios, é importante que os produtores rurais fiquem atentos e evitem transitar com seus animais por locais ou propriedades onde se desconheça a situação sanitária da tropa, ou seja, dos equídeos que ali se encontram. “Essa é uma medida muito importante, vez que a doença não tem cura e fatalmente resultará no sacrifício do animal, além de ser uma zoonose que no ser humano também é incurável”, enfatiza Fabiano Benitez.

Nos casos confirmados da doença, os técnicos da Agência Idaron vém adotando as medidas de saneamento das propriedades onde houve o foco, com a realização de dois exames consecutivos, com intervalo de 30 dias, e saneamento das propriedades vizinhas em que há a criação de equinos, asininos e muares. “Os animais afetados pela zoonose são necropsiados, para coleta de material, visto que ainda há escassez de conhecimento científico na epidemiologia da doença”, finaliza Benitez.