//Idaron intensifica ações de combate a raiva na região de Lábrea, no Amazonas

Idaron intensifica ações de combate a raiva na região de Lábrea, no Amazonas

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A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) intensificou as ações de prevenção e combate a raiva animal na região de Lábrea, no Amazonas. A medida foi adotada depois que a Agência confirmou foco de raiva na espécie bovina, naquele município. A região, apesar de, geograficamente, não pertencer a Rondônia, é atendida pelo serviço veterinário oficial rondoniense, com base em termo de cooperação técnica firmado com a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (ADAF).

A Idaron está atuando nas propriedades rurais da região onde foi detectado o foco, realizando diversas ações sanitárias, como coleta de material de animais suspeitos e notificações das propriedades localizadas num raio de 12 quilômetros da área focal, para vacinações de bovídeos, equídeos, caprinos e ovinos, num prazo de 30 dias.

Também é investigada a ocorrência de abrigos de morcegos hematófagos, além de ampla divulgação sobre a enfermidade e suas consequências, através de entrevistas em rádio e com distribuição de material gráfico. A Secretaria Municipal de Saúde da região também foi informada da ocorrência do foco para as devidas providências junto a pessoas que manipularam animais enfermos.

Risco

A doença gera preocupação porque pode afetar tanto o homem quanto mamíferos domésticos e silvestres, visto que a doença é endêmica , sendo considerada a maior causa de mortes de bovinos no Brasil. No agronegócio, é responsável por grande prejuízo econômico, já que, quando há evolução da doença, invariavelmente, é fatal nos animais acometidos. O maior transmissor do patógeno é o morcego hematófago, que se alimenta de sangue.

Notificação

A ocorrência de animais doentes, com suspeita de raiva, em Lábrea/AM, foi comunicada à Idaron no dia 13 de outubro. Segundo relatado, no dia 27 de setembro, o proprietário dos animais observou que um bovino macho, com 6 meses de idade, estava apático e cambaleante. No dia seguinte o animal veio a óbito.

No dia 29 do mesmo mês, mais dois bovinos machos, com 3 e 6 meses, apresentaram os mesmos sintomas do primeiro. Dois dias depois os animais foram encontrados mortos. No dia 5 de outubro foi observado que um bovino fêmea, com 5 meses de idade, estava apática e cambaleante. Três dias depois a bezerra também veio a óbito.

Outra fêmea, de 6 meses, adoeceu no dia 13 de outubro. O produtor deslocou-se ao distrito de Nova Califórnia, distante 33 km, da propriedade dele, onde relatou o fato em uma loja agropecuária. O médico veterinário da iniciativa privada conduziu o produtor até a Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal (Ulsav) da região, para comunicar o fato à Idaron.

Imediatamente o serviço veterinário oficial necropsiou e coletou amostras do animal, e encaminhou a supervisão regional de Porto Velho, para que fosse submetida a diagnóstico laboratorial. A confirmação do foco aconteceu no último dia 23.

Número de propriedades afetadas

Há apenas uma propriedade onde a doença foi diagnosticada, porém, há uma intensa vigilância da Idaron em outras 16 propriedades que estão dentro da área chamada de zona focal, no raio de 3 quilômetros da propriedade foco. Na zona perifocal (dentro do raio de até 12 Km) existem 99 propriedades. “100% dos animais da zona focal (1.175 cabeças) devem ser obrigatoriamente vacinados. A vacinação deve ser repetida 30 dias depois”, explicou o presidente da Idaron, Julio Cesar Rocha Peres. “Até o momento, das 17 propriedades, 15 já vacinaram, totalizando 1.051 animais já vacinados com a 1ª dose. As duas propriedades com os 124 animais faltantes estão programadas para vacinarem no próximo final de semana”, completou.

Atuação da Idaron

Com a confirmação do foco, foram montadas duas equipes compostas cada uma por um médico veterinário e um técnico agropecuário. Inicialmente foram realizadas atividades de vigilância nas propriedades da zona focal, acompanhadas de notificações da obrigatoriedade da vacinação, além de cientificar os produtores quanto a necessidade de notificar à Idaron sobre o aparecimento de animais com suspeitas da doença.

“Posterior a isso realizamos em parte das propriedades da zona perifocal atividades de vigilância e recomendação da vacinação, sempre deixando os produtores cientes da necessidade de notificar à Idaron os casos suspeitos. Por fim, estamos fazendo levantamento de condições e possibilidades para a realização de atividades de controle da população de morcegos hematófagos com vistas a diminuir os transmissores da doença”, Informou Julio Peres.