A atuação da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) no combate ao nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp – praga que ataca as raízes de diversas espécies de plantas) tem sido determinante para o fortalecimento da cafeicultura e da agricultura familiar no estado.
Através de ações de vigilância sanitária, certificação de viveiros e promoção de boas práticas agrícolas, a Idaron tem contribuído diretamente para o aumento da produção de mudas sadias, garantindo maior produtividade nas lavouras e valorização do café rondoniense no mercado nacional.
Em 2024, quando foi feito o último levantamento, Rondônia contava com 121 viveiros de café devidamente registrados junto à agência. Desde a vigência da Portaria nº 558/2016, que regulamenta a certificação fitossanitária de origem, o estado registrou um crescimento expressivo na produção de mudas da espécie Coffea canephora, saindo de 9 milhões em 2017 para 27 milhões em 2024 — totalizando mais de 133 milhões de mudas certificadas nesse período.

Em número estimado, o total de mudas certificadas pela Idaron equivale a cerca de 40 mil hectares plantados, ou seja, cerca de 50 mil campos de futebol de área que teve o solo protegido dos nematoides, mantendo-se fértil e produtivo.
“A agricultura familiar é protagonista na produção de alimentos em Rondônia, e o café se destaca como uma das culturas mais promissoras. O controle de pragas como o nematoide é fundamental para garantir produtividade e renda ao produtor. O trabalho da Idaron tem assegurado não apenas a oferta de mudas de qualidade, mas também a competitividade do café rondoniense, que tem ganhado reconhecimento em concursos nacionais”, destaca o presidente da Idaron, Julio Cesar Rocha Peres.
Além do avanço na produção, os índices de contaminação por nematoides também registraram queda. Em 2017, cerca de 5% das mudas apresentavam sinais da praga. Esse percentual caiu para 3,14% em 2024, demonstrando a eficácia das medidas adotadas e a evolução dos sistemas de controle e certificação.
“O fortalecimento da rastreabilidade também tem sido um diferencial. Por meio do Sistema de Emissão e Controle de Trânsito de Vegetais (e-PTV), a Idaron monitora em tempo real a produção e a comercialização de mudas, garantindo maior transparência e segurança sanitária no processo”, avalia o gerente estadual de defesa vegetal, Jessé de Oliveira.
Entre os municípios com maior volume de produção de mudas certificadas em 2024, destacam-se Alto Alegre dos Parecis, Nova Brasilândia d’Oeste, Cacoal, Rolim de Moura, Seringueiras e São Miguel do Guaporé. Já os principais destinos dessas mudas, dentro do próprio estado, foram Nova Brasilândia d’Oeste, São Miguel do Guaporé, Cacoal, Alta Floresta d’Oeste e Alto Alegre dos Parecis.
Apesar do forte consumo interno, as mudas certificadas de café produzidas em Rondônia vêm conquistando mercados em outras regiões do país. Entre 2017 e 2024, foram realizadas exportações para 13 unidades da Federação, com destaque para o Mato Grosso e, nos últimos três anos, para o Acre.
Para o governador do Estado, Marcos Rocha, o controle fitossanitário, aliado à organização dos viveiristas e ao apoio técnico da Idaron, tem permitido que Rondônia avance como um dos polos emergentes na produção de café de qualidade no Brasil, “com impacto direto na renda das famílias rurais e no desenvolvimento sustentável do estado”, acentua.