Um dos fatores que tem favorecido o cultivo do cacau em Rondônia, é a ausência da ‘Monilíase do cacaueiro’, uma doença causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que ataca tanto o cacau quanto o cupuaçu, em qualquer fase do desenvolvimento, podendo causar perdas de 30% a 100% na produção dos frutos.
Esta semana, a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron), divulgou informações do levantamento que é realizado anualmente, no período de janeiro a junho, sobre o controle da ‘Monilíase do cacaueiro’ no estado. De acordo com o levantamento, que este ano foi realizado em 1.010 propriedades rurais localizadas em todo o estado de Rondônia, não foi detectado sinal do fungo Moniliophthora roreri nas lavouras. “Esse trabalho é realizado sempre no primeiro semestre do ano, porque é o período de maior frutificação da cultura”, explica João Paulo de Souza Quaresma, coordenador de vigilância e controle de pragas.
Segundo ele, este trabalho de vigilância segue os procedimentos definidos pelo Ministério da Agricultura e contempla as propriedades que possuem cacaueiros e/ou cupuaçuzeiros, com inspeção das plantas em áreas comerciais, lavouras abandonadas, quintais produtivos e em quintais agroflorestais. “Além do levantamento, a Idaron realiza outras ações para prevenir a doença, como fiscalização do trânsito de frutas e mudas e educação sanitária”, destaca.
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Orientação
Os técnicos da Idaron estão preparados para atuar de forma emergencial nos focos iniciais da praga, tanto na detecção do fungo quanto na contenção de focos, mas, para que o trabalho seja ainda mais eficaz, de acordo com João Paulo, é fundamental a colaboração de todos. “Caso haja algum fruto com suspeita da doença, ele (fruto) não deve ser tocado ou retirado da planta. O local deve ser isolado e o produtor deve comunicar o caso a Agência Idaron o mais rápido possível”, orienta o coordenador.
Monilíase
A ‘Monilíase do cacaueiro’ poder ser dispersada pelo vento, chuva, insetos e animais silvestres, mas é por meio do homem que a praga pode ser levada para novas áreas, através de material contaminado, como roupas, utensílios, sementes, frutos etc.
Os sintomas da praga nos frutos são: manchas de coloração chocolate ou castanho-escuro, que aparecem entre 45 e 90 dias após a infecção e posteriormente, um pó branco que aparece de 5 a 12 dias e se solta dos frutos em grande quantidade. “Além do cacaueiro o cupuaçuzeiro e outras espécies silvestres podem ser afetados e transmitir a doença”.
A praga ainda não foi detectada no Brasil, mas está presente na América Central, Caribe e na América do Sul, inclusive em países que fazem fronteira com o Brasil como, Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela, aumentando o risco de entrada no país.