//RAIVA – Idaron combate foco da doença na região de Parecis, no interior de Rondônia

RAIVA – Idaron combate foco da doença na região de Parecis, no interior de Rondônia

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A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) intensificou as ações de combate e prevenção da raiva animal na região de Parecis, interior de Rondônia. Os trabalhos foram iniciados depois da confirmação de foco de raiva na espécie bovina, naquele município.

A Agência atua nas propriedades rurais da região onde foi identificado o foco de raiva, realizando diversas ações sanitárias de vigilância nas 63 propriedades localizadas num raio de até 12 quilômetros do foco. O objetivo é identificar novos focos e, principalmente, prevenir a ocorrência de novos casos da doença através da vacinação dos rebanhos e do controle de morcegos que se alimentam de sangue, morcegos hematófagos, que são os transmissores da doença.

Prevenção e controle da raiva

Durante a vigilância, os produtores rurais são orientados sobre o protocolo de vacinação e é investigada a ocorrência de mordedura de morcegos hematófagos, nos animais, como também a presença de abrigos desses morcegos. Quando identificada a presença de morcegos hematófagos, uma equipe treinada da Agência realiza as atividades de controle dessa população. “Vale lembrar que o produtor rural não deve desempenhar essa atividade, pois oferece risco para sua vida”, orienta a equipe técnica da Idaron.

As ações de vigilância abrangem ainda, atividades de educação sanitária, com ampla divulgação sobre a enfermidade e suas consequências, através de entrevistas em rádio e com distribuição de material educativo por redes sociais. A Secretaria Municipal de Saúde foi notificada da ocorrência do foco para as devidas providências junto às pessoas que manipularam animais enfermos.

O controle e prevenção da raiva depende muito da colaboração do produtor rural através da vacinação dos animais

Papel do produtor rural

O controle e prevenção da raiva depende muito da colaboração do produtor rural através da vacinação dos animais. Para prevenção da doença, os produtores devem vacinar todos os bovinos, búfalos, cavalos, burros, jumentos, ovelhas e cabras existentes nas propriedades, independe do sexo.

Deve ainda realizar reforço da vacina após 30 dias nos animais que foram vacinados pela primeira vez. Posteriormente, a vacinação deve ser repetida anualmente. A Idaron lembra ainda que a vacinação deverá ser declarada na Agência, com a apresentação da relação dos animais vacinados e da nota fiscal da compra da vacina, utilizando, preferencialmente, os canais de atendimento remoto.

“A vacinação e comprovação é obrigatória apenas para as propriedades situadas até três quilômetros do foco. Já nas propriedades localizadas entre três e 12 km de distância do foco, a vacinação é somente recomendada, ou seja, de adesão voluntária”.

É importante também que a comunidade informe à Idaron a existência de animais com sinais clínicos nervosos como dificuldade para engolir (parecendo que o animal está engasgado), andar cambaleante, quedas frequentes, dificuldade para se levantar, animais que permanecem apenas deitados ou de mortalidades.

Essa comunicação pode ser feita direta nos canais de atendimento remoto da Idaron de sua localidade, ou através do site idaron.ro.gov.br na aba notificação de doenças ou até mesmo ligando no 0800 643 4337. A ocorrência de ataques de morcegos a animais ou a pessoas e a existência de abrigos de morcegos também deve ser comunicada. “Aplicando todas essas medidas a raiva será controlada, evitando novos casos”.

Transmissão

A raiva animal é transmitida por morcego hematófago, aquele que se alimenta de sangue. Portanto, ela pode ocorrer em qualquer região onde há morcegos hematófagos com raiva. A detecção de casos através da comunicação do produtor a Idaron traz benefício para a comunidade, pois só assim a Agência, em parceria com os produtores rurais, pode adotar as medidas para controlar a doença.

“Se as medidas de controle não forem aplicadas, os casos de raiva vão continuar acontecendo e os produtores da região poderão perder vários animais, muitas vezes sem saber o motivo. Além disso, se trata de uma doença que pode acometer o ser humano, se entrar em contato direto com a saliva de animais doentes ou em contato direto com morcegos”, avaliou a Fabiano Benitez, Coordenador do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros da Idaron.

Comunicação do foco

A ocorrência de animais doentes, com suspeita de raiva, em Parecis, foi comunicada à Idaron no dia 27 de janeiro e no dia seguinte, se deu início a investigação da ocorrência de mortalidade com coleta de amostra para diagnóstico laboratorial. O processo de investigação foi realizado em conjunto com o médico veterinário da propriedade, que também realizou coleta de materiais para diagnóstico de raiva e diagnósticos diferenciais (outras doenças).

Foram submetidas amostras de quatro bovinos aos exames laboratoriais e em 11 de fevereiro todos resultaram positivo para raiva. Desta forma, se iniciou as medidas de controle e prevenção da doença.

Até o momento, morreram 10 bovinos na propriedade foco. Os principais sinais clínicos observados foram isolamento do rebanho, andar cambaleante, quedas frequentes e posteriormente os animais se deitavam e apresentavam muita dificuldade para se levantar, ou não se levantavam mais. Alguns desses animais já foram encontrados mortos.