//Detecção precoce da doença, com participação direta do produtor, é apontada em Fórum como principal estratégia para manter Rondônia livre de Febre Aftosa sem vacinação

Detecção precoce da doença, com participação direta do produtor, é apontada em Fórum como principal estratégia para manter Rondônia livre de Febre Aftosa sem vacinação

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A detecção precoce da doença, com participação efetiva do produtor rural, em parceria com o Serviço Veterinário Oficial, foi apontada, no Primeiro Fórum Rondoniense sobre a Prevenção da Febre Aftosa, como principal estratégia para manter Rondônia livre da patologia sem que haja vacinação.

O Fórum aconteceu na manhã desta última terça-feira (20/10) por meio de videoconferência através da plataforma virtual Webex, com transmissão pelo Youtube. Cerca de 200 pessoas de vários estados brasileiros, incluindo estudantes, profissionais liberais e servidores de agências de sanidade animal, prestigiaram o evento, inclusive com perguntas aos palestrantes.

Julio Cesar deu ênfase aos mais de R$ 19 milhões que o Governo de Rondônia, por meio da Idaron, aplicou, no ano passado e neste ano, na estruturação da Agência

Além de ampliar os debates sobre o tema, de acordo com o médico veterinário Julio Cesar Rocha Peres, presidente da Idaron (Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia), o objetivo é atualizar a sociedade sobre as estratégias para prevenção da Febre Aftosa no estado. “O Fórum nos permite conhecer o papel de cada um nesse novo cenário em que Rondônia deixa de vacinar e passa a pleitear o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação. É necessário que todos: Estado, indústria, produtor e sociedade, estejam cientes de seu papel. Só assim teremos êxito nos programas sanitários”, destacou.

Ao falar sobre o papel do Estado, Julio Cesar deu ênfase aos mais de R$ 19 milhões que o Governo de Rondônia, por meio da Idaron, aplicou, no ano passado e neste ano, na estruturação da Agência, para dar condição de trabalho aos servidores e otimizar a fiscalização na fronteira. “Estamos trabalhando incessantemente para proteger nosso rebanho. Com o apoio do produtor, que deve estar atento ao rebanho e notificar a Agência ao menor sinal de doença vesicular, esse trabalho será muito mais eficaz”, acentuou.

Evento foi transmitido pelo Webex e também pelo Youtube (na foto, parte da equipe que organizou o Fórum)

O Fórum

O médico veterinário e auditor federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa/SFA/RO), João Carlos de Araújo Aranha, foi o moderador do evento. Como destaque, ele apontou o aprimoramento do sistema de atenção veterinária e dos mecanismos de vigilância para a febre aftosa.

A primeira palestra, relacionada às principais diretrizes e estratégias do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa), foi proferida pelo chefe da divisão de febre aftosa do Mapa/Brasília, Diego Viali dos Santos. O tema principal foi o ‘Aprimoramento do sistema de atenção veterinária e dos mecanismos de vigilância para a febre aftosa, com ênfase na mudança da vigilância com foco na vacinação para a vigilância baseada na inteligência de informações.

Diego Viali, que falou direto de Brasília, também destacou o papel do produtor rural no processo de prevenção à doença. Segundo ele, a vigilância a partir das notificações de doenças vesiculares, unida à vigilância de estabelecimento agropecuário e em eventos de aglomeração de animais, é primordial para a identificação, caso haja, de qualquer foco de febre aftosa. “Ao suspender a vacinação, retira-se um componente do sistema de vigilância e uma ação de mitigação de risco de disseminação, por isso deve-se potencializar as outras ações, principalmente as de vigilância”, explicou.

Diego Viali defendeu ainda a capacitação contínua dos técnicos, caminhoneiros que transportam animais e dos produtores. “O produtor rural é ator principal nesse processo, ele deve entender que ao notificar o serviço veterinário oficial sobre qualquer suspeita de Febre Aftosa está protegendo seu negócio”, salientou.

PNEFA

Logo após a primeira palestra houve uma exposição sobre os componentes do sistema de vigilância em área livre sem vacinação, com palestra ministrada pelo coordenador estadual do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa), médico veterinário Márcio Alex Petró.

Ele reforçou a ideia da detecção precoce da doença como principal estratégia para combater a Febre Aftosa. “É de extrema importância que haja uma parceria público-privada, com engajamento do produtor no processo, e que seja fortalecido o sistema de informação para que todos tenham consciência de seu papel e da importância dele”, comentou. Márcio Petró falou ainda dos fundos Fefa (Fundo Emergencial de Febre Aftosa) e Fesa (Fundo Estadual de Sanidade Animal) como unidades que garantem indenização ao produtor rural no caso de reinserção da doença no estado. “O trabalho de vigilância é forte e há um esforço muito grande para que não haja casos da doença em Rondônia, mas se por ventura houver, o produtor tem garantias”, completou.

Mudança de paradigma

A terceira palestra teve como ministrante o Dr. Luís Gustavo Corbellini, professor licenciado, com doutorado em epidemiologia pela UFRGS/Universidade de Nebraska, pós-doutorado em avaliação microbiológica de risco (Universidade Técnica da Dinamarca) e em planejamento estratégico de programa de aftosa na situação de livre sem vacinação (Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria – Uruguai). O tema principal da palestra dele foi a ‘mudança de paradigma: quais ações estratégicas se tornam importantes com a retirada de vacinação contra a febre aftosa?’

E para fechar o ciclo de palestras, fez uso da palavra o presidente do Fundo Privado do Estado de Rondônia (Fefa/RO), o pecuarista José Vidal Hilgert. Ele falou sobre a responsabilidade da iniciativa privada (Parceria público-privada) frente essa nova realidade de região livre de aftosa sem vacinação.

Participação e avaliação

O Primeiro Fórum Rondoniense sobre a Prevenção da Febre Aftosa contou com a participação de estudantes e profissionais das áreas de Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia, além de produtores rurais e técnicos em agropecuária.

Tiveram representação entre os ouvintes as instituições Idaron, Facimed, Fimca, Mapa, Ufcg, Senar, Ceulji Ulbra, Ifro Colorado, São Lucas, Fefa/RO, Ifam, Unir/RO, Emater, Idaf/AC, Aged-MA, Adaf/AM e Adab/BA.

De acordo com os dados do Webex e Youtube o evento foi assistido por participantes residentes nos estados de Rondônia, Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Confira abaixo as palestras e o link do vídeo no Youtube: