Rondônia é um estado importante na pecuária nacional, é um caso de sucesso no que se refere a retirada da vacina da Febre Aftosa e, com esforço do setor privado em cooperação ao setor público, logo será referência também em rastreabilidade da cadeia bovina. Quem afirma é o presidente de Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Francisco Olavo Pugliesi de Castro, que presidirá os debates sobre o assunto no 6º Fórum Rondoniense para Manutenção da Zona Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, dia 23 de maio, na 11ª Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná.
“Rondônia foi um dos primeiros estados a suspender a vacinação contra a Aftosa e está fazendo um trabalho magnífico. Creio que com a rastreabilidade será assim também, vai acontecer de forma natural, com esclarecimento e uma boa comunicação com os pecuaristas”, avalia Francisco Pugliesi.
Segundo ele, embora Rondônia precise esperar uma determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o estado já tem a organização necessária para começar a fazer a rastreabilidade bovina. “Vai ter as dificuldades que têm em todo o país, não é fácil, mas se tem um lugar que tem vocação para a pecuária, é Rondônia”, acentua.
Francisco Pugliesi lembra que os primeiros passos para que a pecuária rondoniense adote a rastreabilidade da cadeia bovina já foram dados. Ele faz referência a Portaria nº 1.113, publicada no último dia 14 de maio, em que o Mapa institui um grupo de trabalho com a finalidade de subsidiar a elaboração de plano estratégico para implementação de política pública para rastreabilidade individual de bovinos e bubalinos em todo o Brasil.
Contudo, para que a rastreabilidade ocorra com sucesso, Francisco Pugliesi afirma que o pecuarista tem que ser ouvido e tem que visualizar ganho nesse processo, acrescentando que essa mudança de cultura, como qualquer outra, é um grande desafio, que requer trabalho e muito planejamento, mas não é impossível se houver força de vontade.
Sobre a aplicabilidade dessa novidade, o especialista alerta que a medida não pode ser obrigatória nem punitiva, ou seja, o mercado é quem vai regular essa transição, pagando mais a quem optar pela rastreabilidade.
Francisco Pugliesi acrescenta que a rastreabilidade bovina, que deve ser preconizada pelo Mapa e que o mercado, principalmente o externo, vem exigindo, é desde a origem do animal, do nascimento do bezerro até a hora que ele será abatido no frigorífico.
A rastreabilidade possibilita que o animal seja monitorado pelos ambientes que ele passa, para que não seja criado ou engordado em propriedade que tenha algum passivo sanitário, ambiental, social ou trabalhista. Para que o consumidor tenha certeza de que a carne bovina consumida por ele tenha origem em propriedade rural que respeita todas as normas ambientais, sociais e sanitárias.
Contudo, ainda não está muito claro como vai ser feita essa rastreabilidade. “Estamos em plena discussão com o Ministério da Agricultura e todos os envolvidos na cadeia da carne, para que seja uma forma de fácil aplicação ao pecuarista e que gere valor ao produtor”.